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FORMATURA
By Ryu K.
A lua brilhava no céu e ao seu redor uma leve aura dourada a envolvia. Já era tarde, meia-noite. Tudo estava pronto e ele deixava seu carro no estacionamento. Havia vindo sozinho em seu carro. Era uma grande festa, muitos de seus amigos estavam presentes e já o esperavam.
Anime-se! Hoje é o dia da sua formatura... por que tanta tristeza dentro de si? Lucas Oliveira, é melhor animar-se ou terá problemas em explicar a todos o que está acontecendo.
O belo jovem caminhava falando consigo mesmo e sua mente viajava para o seu passado recente. Um tipo bastante exótico ele era, tinha cabelos negros como a noite, levemente compridos e caiam-lhe ao rosto, olhos azuis, um rosto quadrado e bem delineado, ombros largos mas um corpo esguio, sua boca sempre com um sorriso, indiferente do que estivesse acontecendo ao seu redor. Poucos já o viram perder a paciência, apenas os mais próximos à ele já viram tal feito. Não era o tipo de pessoa que gostava de demonstrar seus sentimentos ou fraquezas. Não era o tipo forte, mas tinha o corpo definido.
Era sua formatura da faculdade. Havia se formado em Ciências Biológicas e logo no começo do ano, estaria entrando em sua pós graduação em Engenharia Genética. Era o seu sonho...
Mas não só de sonhos vive o homem. Muitas vezes, temos que concretizar nossos sonhos para que possamos evoluir. Quando tornamos um sonho em realidade, largamos ele e corremos atrás de outro. Acontece que o jovem, há três anos, vem sonhando a mesma coisa.
Ele se recorda como seu fosse hoje, seu primeiro dia de aula na faculdade. Seu interior estava totalmente excitado pelas possibilidades e oportunidades que uma faculdade poderia implicar em sua vida. Havia terminado um namoro de seis meses e estava pronto para encontrar um novo par em sua nova vida. Além disso, novas amizades, pessoas em que se espelhar, tudo era novo para ele. Tinha dezessete anos ainda. Aprenderia muito com certeza.
Logo que entrou na sala, várias pessoas olharam para ele. Todos eram novatos naquele lugar. Os "bichos" como os veteranos chamavam a todos. Sentou-se em uma cadeira no meio da sala e, mal teve tempo de acomodar-se em seu lugar e ouvir o que o professor dizia, pois logo em seguida, vários veteranos (não veteranos.. pessoas do segundo ano que querem se vingar pelo que passaram) entraram no local e disseram que iam seqüestrar todo mundo para fazer o clássico "pedágio" e dar umas voltas pelo campus.
Estavam todos saindo da sala, foi quando eles se encontraram. Lá estava ele, com seu porte atlético, óculos de aro bem fino, cabelos castanhos jogado para o lado, olhos verdes, rosto perfeito, pele perfeita, um corpo não forte, mas bem cuidado. Eles cruzaram seus olhares e ficaram se encarando um tempo. Lucas ficou vermelho na hora, não conseguindo se controlar. O outro apenas sorriu e continuou encaminhando os "bichos" na fila.
O jovem novamente aparece na frente de Lucas e estica sua mão. Muito prazer, eu sou Fernando, mas o povo me chama de Nando, muito prazer.
O prazer é todo meu, meu nome é Lucas Oliveira.
Você é bem educado, não é mesmo?
Hm?
Desculpa, mas seu cabelo tá muito comprido e isso é terminantemente proibido... principalmente no primeiro ano! Ahhahaha
.... entendi... tudo bem... é a regra do jogo... o que eu posso fazer... ahahah
Nando corta todo o cabelo de Lucas, deixando ele careca. E vários outros veteranos fazem a mesma coisa com o calouro que haviam escolhido.
Depois de terem seus cabelos cortados e seus rostos pintados, foram até a avenida principal próxima da faculdade e começaram a abordar os carros nos faróis pedindo dinheiro. Todos riram muito e se divertiram também.
Após conseguirem arrecadar algum dinheiro, todos os veteranos convidaram os calouros para beber um pouco no bar ao lado da faculdade. Nesse momento, acabaram-se rixas ou brigas, todos tornaram-se amigos. Lucas e Nando ficaram conversando muito esse dia e puderam se conhecer bem melhor.
Lucas descobriu que Nando estava no segundo ano de Medicina. Provavelmente, se tudo desse certo, estariam se formando no mesmo ano. Nando tinha dezenove anos e vinha do interior. Uma cidade relativamente próxima, mas afastada da grande capital.
Puderam se conhecer bastante no primeiro ano que Lucas estudou na faculdade. Ambos estavam estudando em perÃodo integral e tentavam se dedicar ao máximo aos estudos. Nando e Lucas aproveitavam muitas matérias que ambos tiveram e estudavam juntos muita coisa. Nando sempre apoiou Lucas em todos os momentos e durante os três anos, ambos se tornaram muito amigos.
Mas acontece que Lucas não gostava de Nando apenas como amigo. A cada ano que passava, mais e mais se apegava à Nando. Muitas vezes um dormia na casa do outro e ficavam horas conversando sobre diversos assuntos, saiam juntos e se divertiam muito, mas Lucas sempre sonhou em um dia ter Nando como mais que um amigo... mas tinha medo... medo de acabar com a amizade que possuÃam...
Lucas jamais entendeu como isso foi acontecer. Não se condenava, afinal, o amigo era muito bonito... desejá-lo seria até normal... mas... até que ponto apenas o desejo o movia?
Estavam a algumas semanas de terminar o curso, ambos estavam muito atarefados com os toques finais na monografia, relatórios de estágio, residência, entre tantas outras coisas. Em um final de semana, após terem terminado tudo, Nando foi dormir na casa de Lucas para poderem ficar um tempo conversando, coisa que estava quase que impossÃvel nos últimos tempos.
Eles estavam conversando muito animadamente, quando Lucas resolve subir em seu armário para pegar um seu antigo violão e tocá-lo um pouco. Quando começa a subir, Nando o adverte sugerindo que pegue um banco ou uma escada, mas Lucas, como sempre foi teimoso, disse que não havia necessidade. Quando conseguiu alcançar o violão e ia pegá-lo, sua mão de apoio escorregou e ele começou a cair. Tudo nesse momento parecia um filme... era como se tudo estivesse em Slow para mostrar cada detalhe da cena em que o herói do filme está para morrer, mas... como em um filme, o herói é salvo na última hora. Nando havia ficado observando Lucas de perto para que se acontecesse alguma coisa, pudesse socorrê-lo. No instante em que Lucas começou a cair, Nando o segurou no colo, pegando pelo seu tronco e coxas, ficando com seu rosto bem próximo ao do amigo.
Ambos estavam se encarando, a respiração de Lucas ofegando pelo susto, o olhar perdido de Nando nos lábios de Lucas. Nando estava com 22 anos e Lucas com 20.
O o o ... obrigado. Disse Lucas.
Não precisa agradecer... foi um prazer... eu... você sabia... que ...
Que o que?
.... eu sempre achei você... muito bonito... sabia?
...... ????... não entendi?
... é ... bem.. deixa pra lá...
Nando estava soltando Lucas de seu colo e quando levantou o rosto, seus lábios se tocaram.
De.. de.. desculpa... eu... Nando gaguejava e não conseguia mais falar, seu coração disparado pelo leve contato do objeto desejado.
Lucas abaixa a cabeça e responde... Tudo bem... nem esquenta... dentro dele, ele sabia que aquilo deveria ser um ótimo pretexto para agarrar o jovem à sua frente e derrubá-lo em sua própria cama para que pudessem aproveitar mais ainda... mas tinha tanto medo....
Depois desse episódio, foram dormir. No dia seguinte logo cedo, Nando foi embora alegando que tinha esquecido de devolver alguma coisa para um outro amigo da sala dele que morava na mesma república e que mais tarde ligaria. Ambos ficaram mais de dois meses sem se falar direito. Era quase como se Nando evitasse contato direto. Ficavam horas no telefone, mas Nando não ia mais na casa de Lucas e nem Lucas na casa de Nando.
Chegou então, o fatÃdico dia da formatura. Como poderia encarar o seu amigo depois de tudo o que aconteceu? Mas nada aconteceu! Mas se nada aconteceu, por que ele me evita?...
Ele entrou no grande salão e pode encontrar muitas pessoas. Todos estavam tirando fotos e mais fotos para o álbum de formatura. A noite estava maravilhosa. Pessoas bonitas, muito bem vestidas, boa comida, boa bebida, uma decoração muito elegante, tudo de acordo com que os formandos queriam.
Em determinado momento, enquanto tirava fotos com alguns amigos e logo depois com o pessoal de sua sala, uma de suas amigas perguntou.
Onde está o Nando? Você não vai tirar uma foto com ele?
Eu ... não sei onde ele está...
Eu vou achar ele! Não é possÃvel, ficam os três anos grudados e no dia da formatura dos dois não tiram uma foto juntos!
Espera!
Eu já volto!
E lá se foi a garota correndo pelas mesas tentando achar o Nando.
Todos continuaram a sessão de fotos e quando estava quase tudo terminado, Gabrielle (a menina que foi atrás de Nando), volta de mãos dadas com ele.
Você acredita, ele diz que é tÃmido e não gosta de tirar fotos! Eu tive que arrastar ele até aqui para que ele viesse!
... Tudo bem Nando?
Tudo e você?
Também... faz tempo que a gente não se cruza, não é?
.... é verdade... eu...
Vai pessoal é a vez de vocês! Gabrielle empurra os dois para o centro do arco para que se posicionassem para a foto.
Os dois se abraçam e dão seu melhor sorriso. Tiraram algumas fotos juntos e logo depois, Nando disse que precisava retornar à sua mesa. Lucas deu um sorriso e disse que se encontravam depois.
Após terminada toda a cerimônia, juramentos, entre outros, o baile realmente estava começando e já eram três horas da manhã. Lucas estava um pouco triste, assim como muitos, mas seus motivos eram diferentes. Ele estava na sacada de um dos lados do salão, de onde podia apreciar a lua e as estrelas no céu....
Ele olhava e ficava admirado com a beleza de ambas, então, uma saudade apertou-lhe o peito. Neste momento, um dos rapazes da banda chegou até ele e perguntou se ele não iria cantar como combinado... Lucas hesitou um pouco... mas cedeu. E lá foram os dois em direção ao palco.
Lucas arrumou o equipamento, colocou a guitarra à sua frente e começou o solo. Todos ficaram olhando espantados, ninguém sabia que ele tocava e tocava tão bem. Apenas Nando não se assustou... eles já haviam ficado noites e noites cantando e tocando. Nando tocava baixo e violão e Lucas guitarra e violão... e ambos tinham uma bela voz ao microfone.
Logo após terminar o solo, Lucas iniciou uma música que fez o coração de Nando parar por alguns instantes... era música que ele mais gostava... era a música dele... e por mais que parecesse loucura, ele sabia que era para que ele ouvisse que Lucas cantava aquela música... para lembrá-lo da amizade dos dois... para lembrá-lo do sentimento a mais que unia a ambos...
I could stay awake just to hear you brethen
Whach your smile while you are slepping
Ao terminar a música uma pequena lágrima escorre pelo rosto de Lucas, quase imperceptÃvel... para qualquer um dos formandos não era nada, quem visse poderia dizer que era suor ou algo do gênero, mas Nando sabia que aquela lágrima era para ele...
Nando se levanta e vai em direção ao palco. Quando Lucas ia começar uma outra música ele pede para que ele espere e pega o baixo emprestado.
Vamos cantar uma música juntos?
É claro! Responde Lucas com um sorriso no rosto.
Nando vira-se para ele, tampa o microfone e diz bem baixinho, quase num sussurro. Adorei a sua homenagem... obrigado por me fazer lembrar...
Ambos começam a tocar uma outra música que havia marcado todo o tempo em que estudaram ... diversões, festas, tudo era lembrado....
Yeah yeah yeah
Try to make it
Litle by litle
Try to make it
Depois de muitos aplausos e algumas outras músicas, ambos desceram do palco e cumprimentaram muitas pessoas, abraçaram outras, choraram e se despediram de muitas... Lucas se distanciou um pouco e foi em direção à sacada, o que não ficou desapercebido por Nando.
Lucas se dirigia à sacada novamente... queria apreciar mais a bela noite que estava lá fora. Quando estava quase chegando a beirada par se apoiar e ficar observando o céu estrelado, sentiu alguém abraçá-lo por trás. Virou-se imediatamente e viu que era Nando.
Desculpe....
Pelo que? Responde Lucas com um ar de assustado.
Eu fui um idiota.... queria negar algo que eu sempre soube que existia.... eu...
Para... não fala nada...
Não, eu tenho que falar... eu tenho que falar o que está preso dentro de mim... dentro do meu coração....
...
Desde o dia em que te vi na sala... seus belos olhos azuis... eu acho que me apaixonei por você... sempre tentei negar isso... mas... não dá... não dá mais... Enquanto dizia isso, Nando passava a mão pelo rosto de Lucas, que o olhava com o olhar terno e cheio de carinho.
Eu... não sei... sempre fiquei afirmando para mim mesmo que o que eu sentia por você era apenas uma amizade mais forte e nada mais... que tudo isso seria passageiro... já me relacionei com outros caras, mas... você é o primeiro que... eu não sei o que fazer....
?? Você já saiu com outros caras?
Antes de entrar na faculdade eu tinha um namorado... durou seis meses... mas como eu ia conhecer muita gente, sair, essas coisas, terminamos....
E nunca mais se falaram?
Apenas como amigos, pelo telefone... por que?
Por que eu estava ficando com ciúmes... não quero ninguém dando em cima de você... Nando segura Lucas pelo pescoço e o puxa para perto de si, dando um beijo quente, cheio de malÃcia e desejo.
Lucas se assustou com a atitude do amigo, mas logo depois, já estava correspondendo ao beijo com toda luxúria e paixão do parceiro.
Eu te amo... Sussurra Nando no ouvido de Lucas.
Eu também...
Os dois jovens amantes continuam aproveitando a noite lá em cima... namorando... curtindo os momentos ... tentando recuperar o tempo em que perderam negando tal sentimento.
The End.