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REFLEXÃO
By Ryu K.
Estava um dia ensolarado na Mansão da famÃlia Masters. Ken, o único filho do casal aproveitava o dia na enorme piscina. Ele deixava seus pensamentos vagarem pelo infinito, lembranças da juventude, infância, não entendia como atualmente sua vida poderia estar tão inconstante. Ken estava com 28 anos e já possuÃa um divórcio em sua "ficha". Sharon... uma bela mulher, dotada de um corpo que faria inveja à s deusas do Olimpo... uma mente sadia que sabia raciocinar... ela era uma companheira perfeita... mas... depois de dois anos de casamento, tudo desabou... o amor sumiu... desconfiança, ciúmes... tudo contribuÃa para que o romance perfeito e abençoado por todos acabasse. Ken sabia que não era mais um moleque, precisava se estabilizar e levantar os negócios da famÃlia, que seu pai havia lhe deixado como herança, herança esta que Sharon recusou veemente, pois sua famÃlia também tinha grandes posses. Mesmo tendo um filho de Ken, Sharon se recusou a receber um só centavo pelo garoto, ela preferiu largar tudo. Kevin Ryuji Masters, primogênito da famÃlia Masters... Sharon o levou para longe de Ken... queria que o ex-marido sofresse, queria vê-lo rastejar para ver o filho e se recusaria, mesmo o garoto querendo a companhia do pai... Ken observa o movimento das nuvens... brancas... pálidas... sua vida estava um tanto monótona... sentia falta de seu filho e sentia falta também dos torneios de luta... mesmo sem ter parado os treinos, seu corpo sentia falta da adrenalina correndo em suas veias... e uma pessoa conseguia fazer isso melhor do que ninguém... Ryu....
Seus pensamentos se voltaram para o colega de treinos... tantos anos treinando juntos, tirando diferenças sutis, seus movimentos eram como um espelho. Tudo o que um sabia, o outro também, mesmo utilizando de maneiras diferentes. Ken deixava seus pensamentos vagarem um pouco mais e tentava imaginar onde o amigo andarilho poderia estar... ele sempre procurava o aperfeiçoamento de suas técnicas... um ótimo guerreiro... mas... totalmente solitário...
Ken sorri ao lembrar de como o outro havia ficado vermelho e recusado o convite para morar com ele. Eram amigos, não havia motivo para ter vergonha ou recusar tal pedido e, desse dia em diante, Ken havia deixado as portas de sua casa abertas para ele. Sempre que estivesse passando pela América, poderia se hospedar em sua residência e pediu que jamais pensasse duas vezes para pedir a sua ajuda. Eram como irmãos e um sempre estaria ao lado do outro. Dois anos... dois anos haviam se passado desde a última vez que o amigo lhe mandara alguma notÃcia... estava preocupado... o que teria acontecido com ele? Será que havia se perdido em algum canto remoto do mundo? Ou poderia ter sido capturado por alguém... Percebeu então o quão falho havia sido. Ryu poderia estar morto a uma hora dessas e ele não moveu uma palha sequer para conseguir descobrir a situação do amigo. Lembrou-se de seus últimos anos e percebeu que foi a época em que esteve mais ocupado... a empresa, os negócios, a esposa... tudo de uma vez... a morte prematura de seus pais em um fatÃdico acidente... ele esperou por Ryu... para apóia-lo em seus momentos difÃceis, como sempre faziam um com o outro... mas o japonês nunca veio... Ele relembra de como ficou ruim uma noite, devido à bebida e acabou destruindo algumas coisas dentro da casa... e depois chorar como uma criança, chamando pelo nome do amigo...
Levantou-se como se tomado de uma urgência dentro de si e foi se dirigindo para o interior da casa. Seu corpo bronzeado, seus cabelos loiros, um pouco mais curtos do que antes... ele tinha que estar bem arrumado para representar as empresas da famÃlia, então decidiu cortar um pouco o cabelo, mas apenas um pouco. Seu corpo bem definido e com o brilho do sol em sua pele o deixava sensual. Usava uma sunga pequena, vermelha, que realçava ainda mais seus dotes e suas nádegas. Qualquer mulher ficava louca por ele... ele sempre teve quem ele quis... mas... sempre faltava algo...
Estava cansado dos estereótipos das mulheres que o cercavam sempre... Mulher submissa, mulher dependente.... eram sempre as mesmas coisas... elas sempre queriam se apoiar nele para tudo... depender dele para tudo... ele não queria um relacionamento desse tipo, gostava das pessoas independentes, que não precisam dele para nada e ao mesmo tempo, não conseguem ficar longe dele por muito tempo, pois ele era assim... Ele era independente, forte, buscava tudo o que queria e sempre conseguia. Conseguiu o treino, mesmo sendo um estrangeiro... sempre lutava por tudo aquilo que queria... as mulheres que fossem se envolver com ele precisavam ter esse jeito.. ou jamais daria certo, como não deu certo em seu primeiro casamento.
Entrou na casa apressado e foi direto para o chuveiro, o mordomo da casa o seguiu e prontamente se colocou a disposição de seu jovem mestre para ajuda-lo, mesmo sabendo que Ken não iria pedir ajuda. Conhecia seu jovem mestre desde que ele havia nascido. Ele era um homenzinho quando garoto... e mostrou-se o senhor desta mansão impondo respeito e ordem sem precisar da ajuda de ninguém, afinal, quando seus pais morreram ele tinha apenas vinte e dois anos... e foi obrigado a entrar para o mundo dos adultos, quando ainda queria se divertir como uma criança. Joseph acompanhou Ken em todas as suas lutas... viu o rapaz crescer e virar o homem que hoje comanda a famÃlia Masters. Sentiu um aperto no coração ao lembrar-se de seu mais jovem mestre... Kevin... Ryuji... ele sabia que o pequeno gostava de seu nome oriental, e fazia questão de chamá-lo assim. Sentia falta do garoto pulando pela casa... ele era a cara do pai, com seu jeito maroto, lembrava seu antigo mestre com a mesma idade... estava ficando velho... já estava na hora de passar seu posto a outro que servisse melhor à s necessidades de seu ainda jovem mestre... pensou no que faria então e viu que tudo o que fez até hoje foi servir à famÃlia Masters...
Ken deixa a água bater em seu corpo, relaxando a tensão em seus músculos.
Joseph?
Pois não, jovem mestre? Em que posso ajudá-lo?
... Você se recorda do meu amigo oriental?
Claro. E como poderia me esquecer de pessoa tão importante na vida do jovem mestre?
As faces de Ken ruborizaram no momento em que o mordomo, que sempre foi um amigo, comentar tal fato. Realmente, ele nunca havia parado para pensar em como Ryu era especial para ele... um grande amigo... mais que isso, mais que irmãos... Ele agradeceu por estar deixando a água cair em suas costas e seu rosto estar apoiado em seus braços na parede, assim, o amigo não poderia ver o quando tal comentário o havia constrangido...
Se não me falha a memória, o nome de tal jovem é Ryu, certo?
Isso mesmo. Eu preciso de um grande favor seu.
Pode dizer, jovem mestre.
Eu preciso que contrate alguém para procurar por ele. Estou preocupado com ele.
Entendo. Providenciarei os melhores detetives agora mesmo.
Obrigado Joseph.
Não precisa agradecer.
Ah! Joseph,...
Pois não?
Avise-me imediatamente quando descobrirem o paradeiro do meu amigo fujão.
Pode deixar. Com a sua licença.
Ken continuou seu banho e deixou seus pensamentos novamente vagarem. Logo que terminou, foi até seu quarto e, entrando em seu closet, pegou algumas roupas para trocar-se. Decidira voltar ao trabalho enquanto os detetives procuravam por pistas do paradeiro de Ryu. Ken não era a pessoa mais paciente do mundo e, após um mês de investigações sem que os detetives conseguissem um paradeiro para o amigo, ele começou a ligar para todos e descobrir o que estava acontecendo. Descobriu que há mais ou menos seis meses atrás, seu amigo desapareceu sem deixar vestÃgios. Os detetives estavam se esforçando ao máximo, mas não conseguiam mais nenhuma pista do paradeiro dele. Ao ouvir isso, Ken pegou os detalhes do último lugar onde ele havia sido visto e decidiu partir.
Quando chegou em casa, Ken contou a Joseph o que faria e o amigo ficou preocupado com a vida de seu jovem mestre.
Mas jovem mestre, tem certeza que é seguro ir sozinho?
Não sei, mas alguma coisa aconteceu com o meu amigo e eu vou atrás dele.
Mas... não seria melhor contratar alguém que fosse e...
Não! Eu vou! E vou agora. Você tem os documentos necessários para assinar os papéis das empresas até a minha volta e meu testamento está no cofre, que você sabe a senha. Eu confio em você.
Não desapontarei suas esperanças, jovem mestre, mas...
Mas?
Ken, por favor, volte vivo e volte logo. Todos gostamos muito de você e sentiremos a sua falta.
Joseph...
Os dois se abraçam e Ken sobe para fazer as malas. Enquanto arruma uma mala leve, Ken começa a pensar e vê o quanto Joseph está preocupado com ele... foi a primeira vez que Joseph o chamou pelo nome... ele sorri e percebe que nunca realmente esteve sozinho... precisaria conversar com o velho amigo logo que voltasse...
Ele pega mais algumas coisas em cima de sua penteadeira e seu olhar se pousa para a cabeceira da grande cama. Duas fotos estavam lá. Joseph segurando seu filho ainda pequeno, ao lado dele, todos sorrindo, e uma foto dele e de Ryu, quando o mesmo tinha vindo até sua casa pela última vez.
Não querendo perder nem mais um segundo, Ken deixa a mansão e parte para o aeroporto, onde uma passagem especial já esperava por ele.
As coordenadas passadas pelos detetives, chegavam ao Brasil, Ken desceu no Aeroporto Internacional de Guarulhos/São Paulo. Com um intérprete do seu lado, começou a sua busca pelo amigo. Pistas indicavam locais onde Ryu havia sido visto. Locais como Praça da República, Avenida Paulista, Vale do Anhangabaú, entre tantos outros lugares da metrópole. Cansado depois de dois dias de busca, ele estava quase desistindo. Sabia que algo estava errado, mas não conseguia mais pistas... era como se de uma hora para outra, seu amigo tivesse simplesmente sumido da face da terra. Ele olhava para seu intérprete que já demonstrava sinais de cansaço fÃsico, não havia contratado o rapaz para uma maratona como essa, mas ele parecia animado e muitas coisas o empolgavam. Resolveu conversar um pouco com o jovem.
Philip era um jovem de cabelos negros, curtos, olhos verdes, um corpo não muito forte, mas não era magro. Sempre muito bem vestido, Philip era uma companhia agradável, mesmo não falando muito.
E então Philip, passamos dois dias juntos e eu só sei seu nome! Fale-me sobre você!
Não tenho muito que dizer, Sr. Masters.
Em primeiro lugar, me chame de Ken.
Desculpe.
Em segundo lugar, relaxe... você percebeu o que procuro?
Pelo que pude ver, um amigo.
Isso mesmo... meu grande amigo... meu melhor amigo... ele sumiu faz seis meses e nunca mais foi visto... a única pista que conseguimos é que quando ele sumiu, seu último paradeiro foi essa cidade... se ao menos eu conhecesse melhor a cidade...
Bem, se for necessário, eu conheço.
Como assim?
Eu sou daqui. Nasci no Brasil... vive grande parte da minha vida nessa cidade.
Sério? Poderia me ajudar?
Que tipo de lugares seu amigo freqüentava?
Qualquer lugar onde ele pudesse arrumar brigas.
Brigas?
É.. ambos somos lutadores...
Entendo... deixe-me pensar um pouco e me lembrar dos possÃveis lugares...
Philip ficou pensativo durante alguns instantes, foi quando um sorriso tomou seu rosto.
Já sei!
O que?
... bem.. quando eu vivia no Brasil, uma pessoa com quem me envolvi lutava em alguns campeonatos clandestinos. Eu lembro mais ou menos onde eram feitas algumas competições, mas... não garanto que ainda estejam por lá.
E normalmente as competições começavam que horas?
A partir das 8 horas da noite.
Então vamos fazer o seguinte. Nós vamos para o hotel, tomamos um banho, eu te pago um jantar e nos trocamos para irmos ao tal local.
Bem.. mas... acho que não estamos nas roupas adequadas para irmos a esse local.
Isso não é problema. Passamos antes em algum shopping.
Acho que seria melhor pegarmos lojas de rua mesmo...
Ok.
Eles compram algumas roupas no centro de São Paulo, roupas que Ken olhava e não entendia porque estava comprando aquilo. Eram roupas largas demais, cores escuras e um boné, que ele ficou usando virado para trás. Qualquer um que olhasse para ele agora veria uma criança crescida com cara de safado. Eles levaram as novas roupas para o hotel e, após um longo banho, foram a um restaurante, que Ken fez questão de perguntar ao gerente do hotel o caminho. Queria dar um presente ao colega, se não fosse por ele, não teria mais nenhuma pista do paradeiro de Ryu.
Philip estranhou quando Ken bateu à sua porta e o chamou. Terminou de se vestir e o deixou entrar. Ele não teve como evitar olhar, seu "chefe" era muito chamativo. Praticamente qualquer roupa que ele vestisse o deixaria charmoso, mas esta em especial deixava-o mais bonito. Ken estava com um terno preto, camisa branca, uma gravata de seda preta, seus cabelos ainda um pouco molhados, rebeldes, seus olhos azuis profundos e o corpo escultural que se percebia mesmo por baixo da roupa. O jovem ficou paralisado por um momento e, logo depois, conseguia voltar a si, conversando com o loiro na sua frente.
Pois não, Sr. Masters? Em que posso ajuda-lo?
Ora essa Philip, em primeiro lugar, eu já falei para me chamar de Ken e em segundo lugar, eu vim cumprir a minha promessa. Vou leva-lo para jantar! Até já reservei uma mesa para nós.
Mas... Sr.. digo... Ken,... nós não vamos procurar seu amigo?
Você não disse que o torneio começa as oito horas da noite?
Isso mesmo.
Pelo que eu conheço dessas competições, elas só vão começar de verdade, depois das onze... temos tempo. Vamos?
Um momento... deixa eu me trocar pelo menos.. mas... onde iremos?
Surpresa. Como eu queria que fosse um presente, eu pedi para o gerente do hotel algumas dicas e ele já fez as reservas.
Certo. Espera um pouco que eu já vou!
O rapaz deixa a presença de Ken às pressas e começa a se arrumar. Ele pega seu melhor terno, ou melhor, suas melhores roupas e começa a se trocar o mais depressa que consegue. Quando chega ao quarto novamente, Ken observa uma foto que está na cabeceira da cama. Philip no colo de um outro rapaz, com estatura mediana e longos cabelos castanho escuro.
Seu irmão?
Não... um... amigo.
Claro... entendo... eu também tenho uma foto desse meu amigo na cabeceira da minha cama... é tão estranho... eu tenho uma foto dele, do meu filho... e não tenho e nunca tive da minha ex-mulher...
Ken abaixa seu rosto pensativo por alguns instantes para em seguida levantar com um sorriso no rosto.
Vamos?
Claro!
Ambos deixam o quarto e partem para o saguão do hotel, onde um solÃcito gerente já entregava um grande embrulho para Ken.
Tudo certo, Sr. Masters? Gostaria de mais alguma coisa?
O motorista está esperando lá fora?
Claro! Caso queira aguardar mais alguns momentos e desfrutar de nosso bar, por favor, fique à vontade.
Não, muito obrigado. Temos que voltar cedo para continuarmos o trabalho, certo Philip?
Claro.
Obrigado Sr. Gomes. Recomendarei o seu hotel para meus amigos.
Foi um prazer ajuda-lo Sr. Masters. Caso precise de mais alguma coisa, não hesite em nos procurar.
Claro. Com a sua licença.
Ambos deixam o saguão do hotel e partem para o restaurante. Eles vão a um dos mais famosos restaurantes da cidade, onde encontram algumas celebridades, pessoas de influência e muitos curiosos. Na caixa, Ken guardava um presente para o rapaz, que não o queria aceitar, mas após muita insistência, ele pega o pacote.
No pacote, um longo sobretudo preto, de uma marca muito famosa, junto com uma caixa menor. Dentro da pequena caixa, uma caneta banhada em ouro branco e ouro, uma das Mont Blanc mais caras que existiam. O rapaz não queria aceitar tal presente.
Me perdoe Ken, mas eu não posso aceitar tal presente...
E por que não?
É muito... apenas a caneta seriam minhas economias de cinco anos...
Pois então venda a caneta e guarde o dinheiro, mas aceite o presente.
Por que?
Nesta tarde, você me concedeu algo que nem meus detetives conseguiram...
O que?
Esperança... esperança de encontrar alguém que eu estimo muito e não sei nem se ainda está vivo. Esperança de não ter falhado com meu amigo... Ele é muito importante para mim...
Posso perguntar algo... pessoal?
É claro... diga!
Você foi casado, certo?
Certo.
Hoje em dia é divorciado, certo?
Claro.
Essa pessoa que você procura... é... somente... seu amigo, certo?
... Sim... não entendi a pergunta... por que haveria de ser algo mais?
Você... gosta dele, certo?
Gosto, e muito!
Mas... apenas como amigo?
... Não entendo onde quer chegar...
Estou comentando isso, pois acho que você me concedeu liberdade o suficiente para tal feito. As coisas que diz, a maneira como fala de seu amigo... parece até eu, quando me refiro ao meu...
E o que há de errado nisso?
... errado? Nada... apenas que... aquele meu amigo... é... meu... namorado...
O que?
Isso mesmo... espero que entenda e ... não diga nada a ninguém. Poucos são os que sabem da verdade... eu fui para os Estados Unidos apenas para ficar ao lado dele...
...
Desculpe... acho que não deveria ter falado nada disso...
Não! Não é isso... eu... é... bem... não sei o que dizer...
Me perdoe se eu estou me intrometendo demais em sua vida... mas... você já parou para pensar se o que sente por seu amigo é apenas ... amizade?
Não... eu...
Bem... está ficando tarde, vamos ou chegaremos muito tarde ao local.
... certo...
Aquela informação havia pegado Ken de surpresa, ele voltou o caminho todo calado. Subiram e cada um foi para seu quarto. Debaixo do chuveiro, Ken se recordava dos momentos vividos ao lado de Ryu. Sempre invejara muito o amigo, pelo porte, postura e potencial... sabia que mesmo utilizando as mesmas técnicas, o amigo ainda o superava em algumas coisas. Sempre quis ficar mais próximo a ele... mas... amar? Tocar seu corpo, sua pele, beijar sua boca? Percebeu algo incomodando seu baixo ventre, tirando sua concentração em seus pensamentos e quando olhou para baixo, uma enorme ereção se formava... assustou-se... estava pensando em... Ryu... gostava dele, isso jamais negaria... mas... sentir-se atraÃdo por ele? A ereção apontando para o céu não deixava nega-lo.. sentia algo pelo lutador japonês... seria capaz de ... assumir isso? Resolveu apagar esses pensamentos de sua mente e terminou rapidamente seu banho, mudando a temperatura do chuveiro para verão. Ãgua gelada caÃa sobre seu corpo e limpava seus pensamentos de tudo.
Logo após o banho, vestiu-se com as roupas que havia comprado naquele tarde com Philip, no centro de São Paulo e, quando deixava o banheiro ouviu a porta bater.
Entre.
Ele viu o jovem rapaz entrando em seu quarto.
Pensei que tinha desistido. Estava demorando tanto...
Desculpa... eu fiquei meditando no chuveiro e perdi a hora.
Certo, vamos?
Vamos.
Ambos pegam um carro que haviam alugado e dirigem-se ao local esperado. Quando chegam ao galpão, Ken fica um tanto desanimado pois não possui nenhum movimento estranho no local... ele imagina que todos foram embora. Philip diz para ele não se desanimar, pois é sempre assim. Eles descem por uma escadaria e deparam-se com uma porta. Um segurança a abre e após Philip conversar com ele e oferecer um pouco de dinheiro para o Gorila humano, ambos passam. A sala não fazia nenhum barulho... Ken estava começando a desconfiar da situação mas, quando um dos Gorilas abriu um outra porta, os gritos, aplausos e um grande show de luzes invadiu os sentidos do lutador americano. Em poucos segundos ele se acostumou com o novo ambiente e ambos entraram no local. Uma grande arena estava no meio de tudo, ao redor dela uma grade cercava e protegia os espectadores. Muitas pessoas se encontravam no local. PolÃticos, empresários, pessoas que gostavam de violência ou apostas. O lugar estava lotado.
Quando eles iam descer os degraus para arrumar um lugar, as luzes se apagaram. Instintivamente, Ken puxa Philip pelo braço e deixa sua mochila com ele, colocando o rapaz às suas costas, assumindo posição defensiva.
Senhoras e senhores, a última luta oficial da noite! Quem será a pessoa corajosa que irá desafiar nosso candidato. Ele está invicto até hoje, ninguém jamais conseguiu derrota-lo. Palmas para nosso campeão: Devil!
Ken não entendeu uma palavra sequer do que o apresentador falou. Só ouviu a música aumentar de repente e um show de luzes se iniciar, começando por uma porta lateral. Seus olhos não queriam acreditar no que estavam vendo... Era ele, seu amigo, Ryu. Ele vestia uma longa capa negra, seu cabelo desgrenhado, a faixa vermelha na testa, um quimono preto e, com o vento, a capa distanciou-se um pouco do quimono, deixando a mostra um letra bordada em vermelho em suas costas... demônio...
O jovem lutador americano assustou-se com aquilo. Não era o Ryu, não podia ser.. como seu amigo tornara-se alguém assim... ele era bondoso, gostava de um combate justo... aqui, ele lutaria com pessoas que não chegariam aos pés dele. Dez lutas apareceram no monitor. Dez lutas seguidas estavam agendadas. Um a um Ryu foi derrubando seus oponentes, sem nem mesmo tirar a capa. Seus movimentos, perfeitos como sempre. Suas técnicas, melhores do que nunca. Quando o décimo caiu inconsciente o apresentador ainda provocou a platéia perguntando se mais alguém desafiaria o "Devil". Saindo de seu transe, Ken começa a correr escadaria abaixo, ignorando os apelos de Philip, que parecia muito aflito em acontecer algo com seu chefe. Com um salto, Ken pula a grande cerca e cai dentro do ringue.
Ao que parece, mais um louco quer desafiar o "Devil".
O nome dele não é Devil e você sabe disso! O que vocês fizeram com ele? Por que ele está agindo dessa maneira?
Ora ora... parece que conhece nosso amigo... Mas, as regras são claras. Entrou no ringue, só sai daqui desmaiado, ou morto...
Pois bem, matarei você primeiro para depois acordar ele!
O que?
Ken concentra sua energia na palma de sua mão, a energia que vivia dentro de si... seu Chi... em uma explosão de raiva e mágoa, seu corpo inteiro parece brilhar com isso.
HADOU-KEN!
É a única coisa que os presentes ouvem. Um raio de energia deixa as mãos de Ken, fazendo o apresentador voar de encontro à grade e ficar desmaiado. Todos aplaudem, pensando que não passa de representação. Ken vira-se para o Ryu e fica encarando o amigo. Suas feições estavam diferentes, seu rosto expressava a mais pura maldade... diferente daquele que treinara tanto tempo ao seu lado.
Ryu? É você mesmo meu amigo?
...
Por favor, fala comigo... vamos embora... vamos pra casa...
Ryu tira a capa de cima de seu ombro e assume uma posição defensiva. Ken não entende... ou melhor, não quer entender o que estava acontecendo. Ele sente a imensa concentração de energia no local e finalmente percebe o que o amigo quer fazer...
Pára! Você não pode fazer isso, não aqui!
Vendo que o amigo não responde, Ken começa a se concentrar também, sabendo que precisará se defender... e muitas vezes, a melhor defesa, é o ataque.
SHINKOU-HADOU-KEN
Ambos gritam ao mesmo tempo. Um grande raio de energia deixa as mãos dos dois guerreiros, chocando-se no meio da arena. Os feixes de energia pareciam se anular, mas o efeito visual de brilho não deixava mais ninguém, além dos dois lutadores, saberem o que estava acontecendo. Essa era a técnica mais poderosa de Ryu, ele sempre a havia dominado melhor. Ken sentia a potência do ataque e usava todo seu Chi para repeli-lo. Em uma explosão, o corpo do guerreiro americano é lançado para trás.
Todos os seus músculos estavam doloridos devido ao esforço em tentar equiparar seu poder ao de Ryu. Ele tentava se levantar mas seus músculos não respondiam.
Fraco. Idiota. Pensa que pode me desafiar?
Ryu não parecia ele mesmo, estava fora de si. Ken percebia claramente o ódio em seu olhar. Aquele não era o amigo que tanto... amava? Dúvida, ... a inocência perdida... a fé removida... ele não queria acreditar, mas por fim, aceitou o seu ... destino...
Quando Ryu estava perto o suficiente, apoiou-se de joelhos e em um último esforço utilizou-se de sua técnica mais poderosa.
SHINRYU-KEN
Uma seqüência de golpes atingiu o corpo de Ryu enquanto ele era erguido pelos punhos de Ken. Fogo emanava pelo punho do guerreiro americano enquanto ele deixava a raiva e a frustração dentro de si saÃrem. Com o ataque, Ryu cai no chão de costas e Ken em cima dele. Com um movimento rápido, Ryu virou seu corpo e deixou Ken deitado sob si.
Maldito! Ousa relar seus punhos imundos e indignos em minha pele! Ousa relar em mim!?
Ryu... acorda! Idiota! O que ta acontecendo com você?
Ryu?
O demônio hesita, Ken vê nos olhos do amigo a volta de um pouco da sanidade para logo depois, um brilho vermelho voltar a tomar conta de seus olhos.
Quem é esse tal de Ryu?
Um grande amigo meu... alguém que eu seria capaz de dar a minha vida...
Ele pensa... reflete por alguns segundos... o possÃvel amigo ergue o punho para dar o golpe final e livrá-lo do sofrimento... por alguns segundos, ele sabe que Ryu estava lá... foi quando momentaneamente o demônio recobrou a consciência... ele sabe que o que irá fazer é arriscado... pode não dar certo... mas ele também sabe que se morrer, e não fizer isso, jamais se perdoaria...
Com um movimento rápido, e juntando todas as forças que ainda tinha dentro de si, Ken puxa Ryu pelo pescoço e o beija profundamente. No inÃcio, o guerreiro japonês relutou um pouco, mas depois, aceitou o beijo e o retribuÃa ardentemente. Nesse momento, ninguém mais estava dentro do galpão, apenas uma pessoa continuava por lá. Philip. Assistindo a cena, ele relaxa e vê que o "chefe" encontrou quem ele queria. Uma aura negra deixa o corpo do guerreiro japonês que cai exausto para o lado. A aura negra se revela em duas formas... Ken as observa e logo que as mesmas tomam consistência, ele as reconhece.
Rose... Gouki....
Maldito - fala a mulher - quase conseguimos... se ele tivesse matado você, a alma dele seria nossa para sempre.
Isso mesmo - diz o demônio - agora, você vai pagar pela sua interferência!
Rose, por que?
...
Quando estão se aproximando de Ken, eles são jogados para o lado e queimados por um raio de energia azul que saÃa das mãos de Ryu, que agora estava de pé.
Deixem-no em paz! Ele não tem nada a ver com isso!
Ryu?
Ken o vê de pé e uma alegria intensa toma conta de seu coração, de seu corpo. Ele sente as energias dentro de si se renovarem, como se as mesmas tivessem um novo estÃmulo para continuar.
Eles são espectros. Querem o meu corpo para poder voltar ao nosso mundo.
O que?
E agora que temos dois corpos, podemos voltar cada um em um de vocês.
Nunca! - Fala Ken se erguendo do chão e brilhando em energia.
É isso aÃ! - Fala Ryu começando a se concentrar e emitindo um brilho azulado.
Os dois inimigos estavam cercados, eles não sabiam o que fazer. Ambos ficavam olhando para um e para outro e não faziam nada. Foi quando decidiram pular. Os dois pularam muito alto, pensando ter escapado do ataque que poderia destruir seus corpos frágeis. Ambos se assustaram quando viram os dois guerreiros alcançando o mesmo patamar deles e um brilho mais forte se iniciar nos punhos deles.
SHINKOU-HADOU-KEN
A energia de ambos se chocou contra os corpos dos dois espectros, fazendo com que os dois fossem comprimidos pelas forças empregadas no ataque. Podia-se ouvir os gritos de desespero dos dois, enquanto seus corpos eram dilacerados pelo poderoso ataque. Ryu e Ken cessaram o ataque e voltaram ao chão. Os corpos dos dois espectros chocaram-se contra o chão. Aos poucos, eles foram se esvaindo, como fumaça, até que nenhuma lembrança ficasse no local para lembrarem do ocorrido.
Philip desce correndo os degraus até chegar ao lado da arena onde estavam os dois guerreiros tentando controlar a respiração. Ambos estavam frente a frente, ajoelhados, olhando um para o outro. De repente, ambos viram o rosto ficando ruborizados, talvez por lembrarem do ocorrido anteriormente.
Desculpe - Fala Ken.
... Eu é que tenho que me desculpar...
Não! ... eu ... há quanto tempo você está assim?
... Seis meses ... vergonhoso, não?
Vergonhoso por que?
Eu deixei eles usarem meu corpo para criar destruição, matar pessoas ... sem motivo algum ... eles não eram ao menos guerreiros dignos ...
Ryu ...
O guerreiro oriental estava com a cabeça baixa, olhando para o chão. Seus punhos cerrados denotavam a raiva em seu interior. Os lábios semicerrados e o olhar perdido mostravam o quão confuso ele estava. Seu cabelo desgrenhado e a faixa em sua testa caÃda. Os ombros caÃdos, o quimono aberto...
Ken sente um aperto em seu peito ao ver o amigo daquele jeito e levanta-se, indo perto dele e o abraçando pelas costas, deixando seu queixo apoiar no ombro do outro e colando seu rosto ao dele.
Relaxa cara! Está tudo acabado agora. Você não tem mais que fazer isso, nunca mais!
Ao sentir o abraço de Ken, Ryu ruborizou-se imediatamente. Sabia que o abraço do americano o incomodava, ainda mais depois do beijo compartilhado... beijo... como o beijo do americano era doce... seus lábios eram gostosos... sua pele macia... por que não? Nenhum conhecimento que possuÃa condenava esse tipo de coisa. Apenas o preconceito da sociedade, e quanto a isso, ambos poderiam enfrentar o mundo inteiro, juntos, sempre se completaram. Percebeu então que desde que se conheceram foi assim... um sempre completou o outro, um sempre apoiou o outro... percebeu que os sentimentos que nutria pelo americano sempre foram fortes... e bem mais que uma amizade... entendeu o porque da falta de controle de sua libido quando estava ao lado do amigo... percebeu porque evitava a companhia dele e ao mesmo tempo não queria sair de seu lado... finalmente, entendeu... e aceitou...
Por que?
Ele havia entendido, havia aceitado... restava agora saber... se era correspondido...
Hm?
Por que? Por que fez aquilo?
Aquilo o que?
... O ... beijo ...
...
Fala!
Ele se vira rapidamente e segura o americano pelos ombros, olhando diretamente em seus olhos.
Fala...
Isso importa pra vc? - Fala Ken virando o rosto.
Importa... e muito!
Bem... eu...
Ele te ama, será que você ainda não percebeu isso? - uma voz se faz ouvir ao longe.
Ken olha pro lado assustado e vê Philip, próximo à grade com as feições de quem está ou estava desesperado. Ele sorri... ao que parece, seu intérprete queria vê-lo ao lado da pessoa que ele gostava.
Vo.. vo... você..
Eu... eu ... olha, isso é mais difÃcil de se dizer do que eu pensava... que tal sairmos daqui e irmos para o Hotel?
Certo...
Os dois amigos se apóiam um no outro e vão saindo da gaiola onde estavam. Com a ajuda de Philip, eles pegam um táxi e vão para o Hotel, onde Ryu fica no quarto, junto com Ken.
Boa noite para vocês dois. Por favor, não façam muito barulho, pois eu quero dormir. - Fala Philip entrando rindo em seu próprio quarto, deixando Ryu e Ken boquiabertos, e tentado a responder algo, mas não conseguindo.
Vamos? - Fala Ken apontando para a porta.
Ok...
Os dois lutadores entram no luxuoso quarto de hotel e começam a se ajeitar. Ken tira o boné e vai tirando a camiseta, enquanto Ryu apenas observa a naturalidade do amigo à sua frente. Quando percebe, Ken já está tirando desajeitadamente os tênis e meias e jogando os mesmos em algum canto, ficando apenas de bermuda. Nesse momento, o loiro se vira e encara o japonês, com o rosto confuso.
Não quer se trocar?
...
Vem cá! Se quiser, eu te ajudo... - Fala Ken com um sorriso safado no rosto.
Não sei se quero a sua ajuda... pelo menos, não agora... - Fala Ryu ficando ruborizando levemente.
Ora essa... não somos amigos?
Ken!
Ok... Ok... Vem cá, vamos tomar um banho.
Ken começa a tirar os trapos que estavam a camiseta e a bermuda que estava vestindo, ficando apenas de cueca próximo à porta. Ryu observava a sensual figura do amigo. O quarto estava escuro, não que isso fosse de algum problema para seus sentidos de guerreiros. Ele observava seu amigo lentamente tirar cada peça de sua roupa, e via seus músculos fortes e definidos, sua pele bronzeada, seus cabelos loiros caÃrem sobre seu rosto, perfeito. A luz do banheiro acesa e ele sentado na cama. A cena do loiro tirando a roupa havia feito com que uma certa eletricidade percorresse seu corpo, despertando todos os seus sentidos. Ele não percebeu que havia ficado parado, olhando, foi quando Ken o despertou.
Você vai ficar aà parado, ou vai tomar um banho? Vem, tem espaço na banheira!
Ah?..
Você ta bem Ryu?
... To... eu to legal... já to indo.
O guerreiro oriental decide entrar no jogo do loiro e vai caminhando até o banheiro. Ele ouve o barulho do chuveiro ligado e começa a caminhar lentamente. Ele ouve a voz de Ken cantarolar alguma coisa, e depois não ouve mais nada. Ao entrar ele vê a cueca de Ken jogada próximo à banheira e o loiro dentro dela.
Vem logo, a água ta uma delÃcia!
Ta...
Timidamente, o japonês vai tirando seu quimono. Já tinha ficado nu na frente de Ken antes, não sabia o porque de tanta vergonha.
*Antes ele não tinha beijado você, e você nunca pode sentir o gosto doce da boca dele...*
A resposta veio em sua mente como um raio, o atingindo de maneira avassaladora. Sabia que tinha gostado do beijo, sabia que seu corpo e sua mente queriam mais. Mas Ken era um homem casado, não era justo isso. Ele tinha um filho... como ficaria? Sabia que se entregasse seu corpo à ele, ficaria preso á sua alma eternamente... e não queria esse tipo de sofrimento atrapalhando sua mente na hora das lutas. Após retirar a parte de cima, ele apóia suas mãos na grande pia de mármore e encara o amigo pelo espelho.
Como está Sharon? - Pergunta ele fechando seus olhos em seguida, como se não quisesse ouvir a resposta.
Ken percebe a hesitação do amigo e entende agora. Ele ainda não sabia que estava separado, que seu filho estava com Sharon, das brigas... não sabia nem da morte de seus pais.
Deve estar bem.. - Fala Ken com uma expressão triste no rosto.
Você deveria saber essas coisas, afinal, é o marido dela.
Ex ... ex marido. - Fala ele com um sorriso em seus lábios.
O que? - Exclama Ryu, virando-se para encarar o amigo de frente.
Desculpe, aconteceram tantas coisas nesses últimos anos em que esteve fora, creio que não sabe de nada...
Pois então me conte - Fala Ryu cruzando os braços e encostando na pia.
Já tem um tempo, meus pais morreram em um acidente...
Desculpe.. eu...
Não tem problema, o pior já passou. Logo depois, meu casamento atingiu um patamar insuportável. Eu não conseguia mais ficar do lado dela, eu queria me ver livre dela...e ...
E?
Eu me divorciei. Para que meu filho tivesse uma criação saudável, longe de brigas e etc... eu deixei ele...nem visitá-lo eu posso...
Como não? A justiça não pode permitir isso... você tem direitos, certo?
Certo... mas ela me ameaça... eu me sinto impotente com meu filho nos braços dela. Eu sei que ela ama o garoto e não irá fazer nada com ele, mas...
Entendo. E.. quanto... a ... nós?
O que? Como assim?
Você sabe... tipo... eu não sei como falar essas coisas...
O Philip já disse como eu me sinto em relação a você. Mas eu não sei como você se sente em relação a mim....
Eu... bem... é... o que ele disse... era verdade?
Eu acho que sim... eu ainda acho estranho isso, mas... eu percebi que gosto bem mais de você do que imaginava... senti muito a sua falta, sabia?
Ryu sorri. Ambos ficam sorrindo por alguns segundos e se observando. Então Ryu volta a se despir. Calmamente, como sempre faz. Quando termina de tirar a calça do quimono, ele ouve um assovio e a voz de Ken.
Fiu-fiu. Uau. Sabe, eu sempre achei que você tinha um corpo bonito, mas agora... que bundinha maravilhosa, heim!
Ryu fica mais vermelho que um pimentão ao ouvir tal comentário. Ele tenta ignorar o amigo e vai para o chuveiro, onde começa a lavar-se. Ao perceber o constrangimento do amigo, Ken sai da banheira e vai juntar-se a ele no chuveiro, bem devagar, para que ele não perceba o movimento. Ryu está deixando a água cair sobre seu rosto, absorto em seus pensamentos. Ken se aproxima lentamente e quase chega a colar seus lábio no ouvido de Ryu.
Olá...
Ryu toma um susto e sua primeira reação é assumir uma posição de defesa.
Você é louco? Quase me mata do coração!
Bem... e você ta me matando ficando assim, na minha frente... não me deixando te agarrar...
Ken! - Grita Ryu ruborizando e tentando esconder o corpo do amigo a sua frente.
Olha, desculpa... eu nunca me senti assim... mas.. eu não consigo controlar a vontade que eu tenho de te agarrar... te encher de beijos e carinho...
...
Mas eu não vou fazer nada, se você não estiver a fim. Acho que a nossa amizade é bem mais importante.
Eu...
Ryu olha para baixo um tempo e logo depois relaxa o corpo. Ele olha nos olhos de Ken, a água do chuveiro caindo em sua cabeça e deixando seu corpo molhado. O corpo de Ryu brilhava com a iluminação local. Seus músculos em evidência mostrando um corpo bem trabalhado, suas pernas fortes... e a faixa em sua testa.
Você nunca tira essa faixa não? Daqui a pouco ela vai ficar podre!
Ambos riem da distração do japonês e ele se vira de costas para Ken.
Desamarra pra mim? Onegai?
... Ta vendo, eu disse que você deveria ter aceitado a minha ajuda na hora de tirar a roupa. Agora não terÃamos esse problema.
Como se isso fosse um problema pra você, não é mesmo?
Problema nenhum, pode ter certeza!
...
Ambos começam a rir enquanto Ken tira a faixa da testa de Ryu e beija sua nuca suavemente.
Vamos para a banheira? - Fala Ken próximo a orelha de Ryu, com uma voz rouca pelo desejo consumindo seu corpo, deixando o japonês arrepiado.
Vamos...
Ken espera Ryu sair do Box e pega o japonês no colo, deixando o mesmo com uma cara de espanto, aguardando a reação do outro. Ken entra na banheira com o amigo no colo e vai lentamente se abaixando enquanto o beija lentamente...
Ryu K.
Outubro/2002
P.s.: Não sei se vou fazer alguma cena mais forte nessa fic... ahahah na próxima eu faço!