Fan Fiction ❯ A Pedra de Ônix ❯ O Duelo ( Chapter 3 )
* A Pedra de Ônix *
Autoria de Youko Yoru
Yaoi Art ML
Estilo: Lemon, Em Capítulos
E-mail da autora: youko_yoru@hotmail.com
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Capítulo 4 - O Duelo
A situação tornou-se insustentável. Minha mãe já não se considerava esposa de Lord Edwards; eram notórias as infidelidades deste, na tentativa de fazer-se notar por minha mãe, mas ela pouco se importava com as atitudes tresloucadas de meu padrasto.
Eu fizera dezessete anos nesta época. Lord Edwards continuava a culpar-me por apoiar a minha mãe; tínhamos discussões terríveis, sempre longe de casa, para que ela não nos ouvisse. Um dia, esfogueado pela raiva, desferi-lhe um soco tão violento que o fez cambalear. Trincando os dentes, ele tirou a luva direita e bateu-me com ela no rosto. Estava marcado o duelo.
Durante muitos dias nos preparamos para a data; um dia que minha mãe fez uma pequenina viagem, para visitar uma velha tia na cidade próxima, foi o escolhido. Fomos até às bordas desertas da floresta de Chernoir, as quais terminavam em um penhasco. O sol nascia anunciando mais um dia frio e sem calor, porém claro. Não havia testemunhas; Lord Edwards podia muito bem me agarrar e atirar-me daquele precipício sem que o crime pudesse ser-lhe imputado. Creio que tal idéia, todavia, sequer passou-lhe pela mente; era até curioso observar um homem de quarenta e cinco anos, tão circunspecto e digno, bater-se em duelo seriamente com um jovenzinho de apenas dezessete. Gravemente, ele ofereceu-me as espadas; empunhando-as para a saudação e contando os passos, nos pusemos em guarda.
Ele era experiente, mas eu era ágil; conseguia desviar-me e atacar, embora meus golpes não lhe causassem grandes danos. Foi uma prolongada batalha. Circundamos quase toda a floresta, e chegamos mesmo à beira do abismo de Chernoir; este parecia esperar calmamente, como se quisesse saber qual cadáver engoliria. Até que julguei ver, à entrada da sombria floresta, a conhecida figura alta e empalidecida, olhos cor de chama, com a velhíssima capa escura a desmanchar-se em grossas gotas de água...
Foi o bastante para Lord Edwards. Ele, está claro, nada pôde ver; aproveitando-se de minha distração, feriu-me no ombro. Fui ao chão. Arrancando-me a espada, ajoelhou-se sobre mim e puxou-me pelo colarinho; estava pronto a vingar-se do soco que eu lhe dera. Então sua boca se desfez em um sorriso mau, e o ouvi murmurar claramente:
- Não... o rosto não pode ser estragado...
Antes que pudesse compreender melhor o que ele havia dito, recebi um pesado murro no estômago. Senti apenas o gosto de sangue na língua mordida, surpreendida pelo impacto; meus olhos de imediato se turvaram e eu perdi os sentidos.
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Julho, 2003