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REVELATIONS
CAPÃTULO 3 - FÉRIAS
Todos se assustaram com a presença de outra pessoa no recinto. Principalmente por ele aparecer quase do nada com uma espada na mão e uma arma na outra. O jovem japonês deve ter pensado que seria cômico se sua vida não estivesse em perigo.
Todos observaram quase sem ação quando o oriental de cabelos compridos chegava com fúria no olhar, atirava em todos e no instante em que acertava, eles iam caindo, um a um. As balas da arma dele haviam acabado, ele só conseguiu fazer uma acrobacia no ar e cair próximo à arma de seu parceiro, pegando-a e terminando de acertar os outros, mas quando foi tentar acertar o lÃder deles, sentiu algo cortando seu rosto e sua visão do lado esquerdo apagou.
Que isso te lembre a nunca mais mexer com a famÃlia Harada.
Foi então que o jovem saiu correndo pelos fundos do ambiente.
Alex, com o impacto do golpe, foi jogado para trás e bateu com a cabeça em uma caixa, e ao que parece, desmaiou. Rick, desesperou-se ao ver a cena de seu parceiro cair. No instante que ele havia adentrado ao local brandindo a sua espada e soltando tiros para todos os lados, sentiu-se como a donzela indefesa que era resgatada pelo prÃncipe encantado. Riu de si mesmo. Agora, o desespero tomava conta de seu coração. O japonês que disse pertencer à famÃlia Harada, havia sacado uma espada do que parecia ser seu cajado e acertado o rosto de Alex. Quando esse atingira o chão, bateu com a cabeça em algumas caixas. Temia pelo parceiro. Muitas vezes, o impacto pode provocar seqüelas no cérebro humano. Mal se agüentava de pé, mas se arrastava até o parceiro.
Idiota! Por que foi fazer isso? Por que não esperou até que fossem embora e me deixassem para morrer! Rick se apoiava nas caixas e buscava o corpo do parceiro para junto do seu. Deitou a cabeça de Alex em seu colo e começou a afagar seus cabelos com um carinho que até mesmo ele estranhara.
Idiota! Burro! Fala para eu ter cuidado e você sai por aà como um idiota com essa espada. Tá pensando que é quem? Tá pensando que é o "Kenshin"? Ele falava alto, quase gritava, sua voz continha raiva e uma preocupação interminável. Foi quando ele ouviu em um tom baixo.
Gritando desse jeito você acorda até os mortos idiota!
Alex abriu um dos olhos e viu que Rick o estava segurando quase no colo. No momento em que abriu o olho, Rick quase teve um ataque e sorriu para logo depois desmaiar em cima dele.
Mas é um burro mesmo! Por que tem que ficar por aà gritando quando está tão fraco!!? Ajudou o amigo a se levantar e foi andando bem devagar até a porta. Sabia que não poderia carregá-lo, por mais forte que fosse, pois além de estar enxergando apenas com um dos olhos, estava um pouco zonzo. Recolheu as armas e a espada e foi com ele caminhando até a porta.
Ao abrirem as portas, a polÃcia tinha acabado de chegar junto com duas ambulâncias. O chefe saiu quase pulando do carro e foi na direção deles. Ao ver a cena, quase ficou paralisado. Alex com um corte em seu olho esquerdo, parecia fundo e brotava sangue do ferimento. Rick, semi desmaiado e com vários furos de bala em sua roupa, sangrando muito. Na mesma hora ordenou aos médicos para virem ao local.
Chefe, pode mandar todos entrar e fazer o reconhecimento. Os que ainda estão no local, nunca mais nos darão problemas.
Entendo. E quanto a você? Rick já estava sendo levado pelos médicos enquanto Alex conversava com o chefe.
Estou bem, tirando o fato de que não consigo abrir meu olho esquerdo. Olhando mais de perto, o chefe percebeu certos pontos onde a carne dele já estava quase cicatrizada, era como se alguém tivesse queimado seu rosto para marcá-lo.
Vá ver os médicos rapaz, já fez seu trabalho aqui hoje.
Eu estou bem. E dizendo isso, quase caiu no chão mas conseguiu apoiar em seu joelho.
O chefe, vendo a cena, foi até ele e gritou para os médicos trazerem outra maca.
Ambos foram levados ao hospital Albert Einstein para receberem o tratamento adequado.
Para ambos, eles entraram em um sono tranqüilo, sem sonhos ou pesadelos para perturbarem seu descanso. Alex foi o primeiro a despertar. Acordou assustado, pensando ainda estar no combate. Quando percebeu, tinha um soro em sua veia e estava em uma cama de hospital. Olhou para o lado e percebeu que não conseguia abrir o olho esquerdo ainda. Pousou sua mão sobre ele e percebeu um curativo que ia de sua sobrancelha até quase sua boca. Virou o rosto e viu que Rick estava a seu lado, deitado e inconsciente. Tentou relembrar de tudo o que aconteceu e ligou os fatos. Provavelmente, teria desmaiado e fora trazido ao hospital junto com Rick.
Sua visão ainda estava embaçada. Não conseguia manter o foco durante muito tempo. Pensou que devia ser efeito da anestesia ou perda de sangue. Decidiu fechar os olhos e relaxar.
Ambos estavam dormindo quando uma figura discretamente entrou no quarto onde estavam. A figura olhou ambos e, após um suspiro, retirou-se.
Quando Alex acordou novamente, já estava bem melhor. Olhou pela janela e percebeu que já era dia. O que ele não sabia, era se havia se passado apenas esta noite ou outras mais. Olhou para o lado a tempo de ver o parceiro gemendo um pouco e acordando.
Fala o "Bela Adormecida"! Acordou finalmente?
Hm? Alex? O jovem loiro ia se levantar, mas percebeu algo estranho em seu braço. Quando ele olhou, estava com uma agulha enfiada em sua veia, de onde corria um lÃquido vermelho que ele logo identificou como sangue. Ele vira-se para o oriental e pergunta: O que aconteceu com seu rosto?
Não sei... provavelmente, aquele japonês maldito deve ter me deixado mais machucado do que eu pensava. Você está bem?
Claro que sim! Quanto tempo eu fiquei desacordado?
Cinco dias. Diz uma voz que parece ter acabado de entrar no quarto. Era o chefe.
CHEFE? Dizem os dois ao mesmo tempo.
Isso mesmo. Da próxima vez, vocês poderiam poupar um pouco mais o meu coração e morrerem de uma vez. Pelo menos eu não serei o único a morrer. Todos riem muito e então o clima fica um pouco tenso e o silêncio paira no quarto.
O senhor senta-se em uma cadeira ao canto da sala e abaixa a cabeça. Bem, por onde devo começar?
Seria melhor do inÃcio. Diz Alex.
Que tal começarmos do ponto onde todas as nossas pistas eram falsas? Retruca Rick.
Bem, então vamos começar do inÃcio das investigações deste caso. Há alguns meses, estamos investigando um caso de contrabando grande que vem ocorrendo bem debaixo de nossos narizes. O pessoal mais alto, não ficou nem um pouco satisfeito com a notÃcia de que alguém estava conseguindo trazer mercadoria de fora e não estava pagando os impostos corretamente. À partir daà que nós entramos. Pouco a pouco, fomos recolhendo as pistas necessárias para chegar até este galpão e que havia culminado com o homicÃdio de um homem no local. Estava praticamente tudo certo para que, após descobrirmos quem estava por trás disso, conseguÃssemos desmantelar a organização. Parecia trabalho pequeno, coisa de quem nem sabe o que está fazendo direito.
O Oriental que estava por lá disse alguma coisa antes de ir embora... Ele tinha dito algo parecido com... Isso é para vocês aprenderem a não mexer com a famÃlia... Hanada, Nakata,...
HARADA. Grita Alex como num susto.
Você conhece? Pergunta Rick.
Hm. Eu tenho que pensar. Mas esse nome não me é estranho.
*Como eu posso explicar para eles que conheço a famÃlia sem me expor? Não dá, eu vou ter que esconder isso, pelo menos mais um pouco.*
Bem. Isso não vem ao caso no momento. Vocês foram afastados do caso.
O QUE? Gritaram os dois ao mesmo tempo. COMO ASSIM?
Vocês estão afastados. Você Rick, ainda não sabemos a extensão dos seus ferimentos e você Alex, logo após retirarem os curativos, eles precisam fazer testes e exames para verificarem se a sua visão não foi danificada no processo.
Vocês dois terão alta do hospital hoje à noite. Precisam da ajuda de alguém para voltarem para suas casas?
Eu acho que vamos precisar apenas de roupas. Diz Alex com uma cara meio emburrada.
Vamos viajar? Pergunta Rick virando para Alex.
Não posso. E você sabe disso. Enquanto eu não terminar as aulas. Ainda falta uma semana de prova. MAS QUE DROGA! As minhas provas começam... hoje... saco.
Relax. Suas provas terminam essa semana, nós vamos ter no mÃnimo um mês de férias forçadas. Depois, a gente vê como estão as nossas reservas de grana e podemos viajar, o que acha? Eu sempre quis ir para fora do paÃs! Podemos conhecer a Grécia, ou ... o Japão! O que acha de irmos até a sua terra natal?
Vou pensar... eu to mais preocupado com as minhas notas. Eu me formo esse ano e, se eu não conseguir passar direto, vou ter aula por mais duas semanas.
Bem, vamos fazer o seguinte. Vamos ser justos. Eu vou com você para a sua faculdade e depois, você viaja comigo! O que acha?
Adianta falar não? Do jeito que você é teimoso, só vai piorar a situação! Ahahahh
Os três riram um pouco e conversaram mais algumas banalidades. À tarde, chegaram algumas encomendas que eles haviam feito. Roupas, documentos, etc.
Logo que saÃram, já eram quase 7:00 da noite. Ambos pegaram um taxi e se dirigiram diretamente para a faculdade de Alex, que não ficava muito longe dali. Quando chegaram, Alex pagou o taxi e puxou correndo o parceiro para dentro da faculdade, estavam em cima da hora. Ao chegar na porta da sala dele, olhou para o parceiro e viu que o outro estava ofegante, lembrou-se então que Rick estava machucado, não estava em sua melhor forma.
Desculpa. Acabei esquecendo que você ainda não está totalmente recuperado.
Nem esquenta. Vai lá! Não se preocupa e faz a sua prova. Te espero aqui.
Valeu!
O jovem oriental percebeu o clima entre os dois. Troca de olhares. Começou a lembrar que já faz algum tempo que estão assim, se olhando de longe. Saiu do transe em que se encontrava e corou. Virou as costas e entrou correndo na sala.
A semana de provas foi tranqüila. Na parte da manhã, procuravam empresas e pacotes de turismo para poderem viajar um pouco e relaxar. Durante a noite, para que nenhum dos dois ficasse sozinho, iam juntos para a faculdade de Alex e, após as provas, voltavam para o apartamento de Rick, onde passavam a noite. Não eram raras as noites que ambos ficavam a madrugada acordados conversando, rindo, ouvindo música.
Todos na sala de Alex comentavam o estranho que estava sempre junto à ele. Não se desgrudavam e conversavam sempre baixo, para depois explodirem em gargalhadas. Na quinta-feira, quando estavam conversando no intervalo, uma jovem de cabelos loiros aproximou-se deles. Ela tinha 1,60m, 57kg, cabelos loiros, corte estilo channel, profundos olhos azuis e um corpo muito bonito. Rick percebeu a aproximação da jovem, mas nada disse, pensando que era apenas uma amiga de Alex. Estranhou quando ela simplesmente puxou ele pela camisa e começou a beijá-lo. Ao término do beijo, ele percebe o espanto nos olhos de Alex, como se não esperasse isso dela.
Stella?
E aà sumido? Tudo bem com você? Estava com saudades dos seus beijos! A menina abre um sorriso muito bonito e olha para Alex. Nossa... o que aconteceu com o seu rosto?
É....bem, deixe-me apresentá-la a uma pessoa. Este é Rick.
Muito prazer. Diz Rick com delicadeza, mas no fundo de seu ser uma certa tristeza se abatia dentro dele.
A garota chega perto de Alex e fica abraçada nele conversando com ambos. Rick se perde em seus pensamentos. Ele vê a garota abraçada ao jovem oriental e perde-se em sua imaginação, pois... dentro dele, sabia que ele é quem queria ter o jovem nos braços. Sabia exatamente o que se passava em sua cabeça, e não se condenava. Ele tinha algo dentro dele que o atraÃa como um imã. NÃO... PARA COM ISSO. Você vai acabar perdendo um de seus melhores amigos, talvez o melhor se continuar com esses pensamentos. Mas.. não dá para evitar... ele é.. tão bonito... mas que vontade de agarrar ele pela cintura e puxá-lo para perto de mim, beijá-lo... sugar aqueles lábios e aquela lÃngua safada. Ah, sim.. ele era safado... só pelo olhar dele já poderia deduzir isso..... O QUE ESTà ACONTECENDO COMIGO??????
Alex olhava para Rick. Sabia que o loiro não estava prestando a mÃnima atenção no que Stella dizia. Sabia, pois ele também não conseguia. Assuntos tão simplórios, dinheiro, maquiagem, cabeleireiro. Havia se afastado da garota justamente por isso. Tudo o que ela conseguia dizer tinha a ver com o pai rico ou com seus problemas pessoais. A conversa estava tão interessante antes dela chegar. Falavam sobre coisas engraçadas, assuntos descontraÃdos, trabalho, quando estávamos chegando no ponto famÃlia, Stella nos interrompeu. Apesar que, eu deveria considerar isso uma benção dos céus. Pelo menos, isso me livra de falar diretamente sobre esse assunto que me incomoda tanto. Ele olhava para o parceiro a sua frente. Não conseguia entender esse sentimento que estava dentro dele. Queria tanto ficar perto dele, queria... tocá-lo? Não estava entendendo seus próprios pensamentos e sentimento. Decidiu parar de pensar nisso e se concentrar na prova que teria à seguir.
Quando terminou a prova, Alex encontrou Stella na porta de sua sala.
Stella? O que você está fazendo aqui?
Vim pegar o japa mais lindo que eu conheço para dar uma voltinha comigo.
Você sabe que eu não posso sair hoje. Ainda não estou totalmente recuperado e, no sábado eu já vou retirar os curativos. Preciso melhorar logo para voltar logo para o meu serviço.
Serviço esse que você nunca me disse onde é e nunca me deu um telefone de lá para que eu pudesse achá-lo.
Eu já tinha explicado isso para você. Quando quiser falar comigo, me liga no celular. Onde eu estiver eu atendo você.
Mas como eu vou saber se você está lá mesmo. Você pode estar em um motel qualquer com qualquer vagabunda por aà e eu pensando que meu lindinho está trabalhando.
Em primeiro lugar, eu não sou SEU lindinho. Em segundo lugar, não estamos namorando, e já havÃamos conversando sobre isso antes. Em terceiro, eu não devo satisfações da minha vida para você, caso queira conversar comigo, estou no celular. Se estiver desligado, deixe um recado que assim que eu puder, eu te ligo. Agora, se não temos mais nada para conversar, eu tenho que ir. Com licença.
Onde você vai?
Pra que quer saber?
Eu tenho ligado a semana inteira para o seu Flat e ninguém atende! Ninguém.
Eu não tenho dormido em casa esses dias. Estou na casa do Rick. Por isso ele está sempre comigo. Ele nem estuda aqui. Apenas fizemos um acordo que enquanto não retirarmos os curativos, vamos ficar morando juntos, para se caso algum dos dois precise de ajuda, possa socorrer o outro.
O ferimento dele foi tão grave assim? Diz a garota com uma voz de descaso.
Olha aqui, isso não é da sua conta e ... não sei nem por que eu to aqui explicando essas coisas para você. Como eu disse antes, eu não devo satisfação de nenhum dos meus atos para você. Agora dá licença que eu vou cuidar da minha vida. Ah! E por favor, cuida da sua você mesma!
Mas... mas... o que eu fiz para você me tratar assim. Eu sempre tentei ser sua amiga, companheira. Quer dizer que quando vai levar para a cama você diz mil e uma coisas bonitas, depois que já está tudo feito, é só largar para outro qualquer pegar? Eu não vou largar de você. Você é meu! Ouviu bem? VOCÊ É MEU!
Stella, nós nos conhecemos este ano, saÃmos juntos ALGUMAS vezes e ACONTECEU, se você não sabe controlar os seus sentimentos, EU SEI. ACABOU. Eu não posso assumir um compromisso sério agora com você. Será que você não percebeu uma coisa? Eu mal venho para a faculdade, o meu serviço toma praticamente todo o meu tempo livre. Eu trabalho de DOMINGO a DOMINGO com folgas esporádicas, isso sem contar os plantões. Estou em um perÃodo calmo agora porque eu estou de férias, SÃ" POR ISSO. FÉRIAS. Hm.. Férias forçadas ainda, só por causa dos meus ferimentos. Será que você me entende agora? Eu NÃO quero nada com você! Ou será que eu vou ter que gritar para você entender?
...
Se você me dá licença, estou indo embora.
Alex só sente algo escorrendo pelo seu rosto.
DROGA. RICK!?
O que foi? Rick estava subindo as escadas e quando ouviu o grito do parceiro começou a correr. O que aconteceu?
Não sei, acho que o ferimento tá aberto de novo.
O QUE?
Vamos embora logo daqui. Me leva pro Hospital!
SaÃram os dois correndo e pegaram o carro no estacionamento para irem ao Hospital. O curativo no rosto de Alex começava a ficar vermelho, indicando um rompimento no ponto ou mesmo um ferimento reaberto. Ambos haviam estranhado a situação, afinal de contas, os ferimentos já estavam cicatrizados.
Quando chegaram ao hospital, foram recebidos pelo médico que os havia atendido anteriormente. Ele realmente estranhou o que aconteceu e pediu que descrevessem o dia-a-dia deles para que pudesse tentar achar a causa.
O Doutor explica para os dois a possÃvel causa:
Devido à exposição muito alta de stress que você passou, provavelmente foi isso. De acordo com o que me contaram, ambos tem seguido as recomendações médicas em todos os aspectos. Mas de qualquer forma, o ferimento não abriu muito, amanhã à noite você poderá vir aqui retirar os pontos.
Os dois policiais agradeceram ao médico e voltaram para a casa.
Quando chegam ao apartamento, Rick resolve se distrair um pouco e coloca uma música mais lenta.
O que aconteceu lá hoje para você se alterar tanto?
Nada.
Bem... acho que você ainda está um pouco nervoso, e como não podemos fazer exercÃcios para relaxar, o que acha de conversarmos?
Não sei. Sobre o que quer falar?
Sei lá... qualquer coisa! FamÃlia, amigos, ex-amores, essas coisas assim. O que tem a dizer?
Tudo bem. Quem começa?
Você é claro! Diz o loiro sorrindo. Eu criei o jogo, você começa! Ahahah
Isso não é justo! Ahahah tá bom.... O que posso dizer... Meu nome é...
Ah não! Assim não vale! Haahah
Deixa eu falar do meu jeito?
Tá bom... mas tem que falar mesmo! *eu quero tanto saber mais sobre você...*
Meu nome é Seishi Harada. Nasci em Tóquio, mas logo depois de alguns incidentes, eu e minha famÃlia viemos para o Brasil. Por favor, não me interrompa. Eu tenho isso guardado dentro de mim há tanto tempo, eu tenho que falar, pois eu estou sentindo que vou explodir se não contar para você.
Continua.
Espero que não me julgue e não mude seu modo de agir.
Relax, baby.
Quando cheguei ao Brasil, eu tinha 4 anos. Graças a alguns contatos do meu pai, conseguimos mudar nossos nomes e arrumamos documentação para vivermos no Brasil. À partir daÃ, eu fui Akira Wakano. Alguns anos se passaram e eu, juntamente com a minha famÃlia tivemos uma vida feliz. Meus pais conseguiram empregos bons e nunca nada me faltou em casa. Graças ao dinheiro que haviam trazido do Japão, conseguimos crescer bastante. Sempre estudei nas melhores escolas e sempre fui cercado do bom e do melhor. Quando completei dezesseis anos, um fato me marcou muito. Ao que parece, descobriram que nós éramos os fugitivos do Japão e começaram a nos perseguir. Como meu pai conhecia a famÃlia que ele pertencia, ele sabia que caso todos nós morrêssemos, eles não iriam atrás de nossos herdeiros. Pensando nisso, ele remexeu alguns contatos do passado e conseguiu uma nova identidade para mim. Foi então que eu me tornei Alexandre Sano. Meus pais me explicaram o que estava acontecendo e deixaram o testamento deles em meu nome. Eu comecei a morar sozinho e fui me virando. Aos poucos, fui aprendendo a tocar algumas coisas do meu pai e fui subindo na vida. Depois de duas semanas que haviam tomado essa decisão, ambos sofreram um acidente de carro e morreram. Até hoje a polÃcia não descobriu a causa do acidente que matou meus pais. E até hoje, eu tento fugir do meu passado.
Desculpa, eu não sabia disso.
Ninguém sabe. Lágrimas começaram a escorrer pelo rosto do jovem oriental. Ninguém nunca poderia saber sobre isso, mas... eu não sei porque, mas.. eu confio em você... sei que não vai dizer nada.
Relax, baby. Ele pega o jovem oriental em seus braços e o aperta em um abraço. Ninguém vai fazer nada com você enquanto eu estiver do seu lado. Terão de passar por cima do meu cadáver! Ahha Agora sorria meu amigo. Acho que já te disseram isso, você tem um sorriso lindo, sabia?
O tom de voz que o loiro estava usando, juntamente com a música de fundo e a fragilidade que se encontrava seus sentimentos, tudo isso fez com que Alex relaxasse um pouco. Ele acabou deitando junto com Rick no sofá. O loiro mexendo nos cabelos negros e profundos do jovem oriental e Alex, soluçando aos poucos e pegando no sono.
Nessas condições, nessa posição, Rick estava quase tendo um ataque cardÃaco. Seus coração batia muito rápido, o jovem oriental deitado em cima dele, com a cabeça em seu peito, dormindo. Era um sonho se tornando realidade, mas ele sabia que não poderia se aproveitar da situação.
Ah meu japinha. Eu sonhei tanto com isso. Você, sobre meu corpo, dormindo. Tá certo que a situação era diferente. Você estaria dormindo de exausto depois de uma longa noite nos amando. Ora essa, o que estou dizendo... acho que você está começando a afetar meus pensamentos sabia? Desde que te conheci, não consegui mais olhar para outra pessoa... eu nunca fiquei com um cara antes... nunca senti atração e nem tesão por outro cara, mas.. com você é tão diferente... por que isso? Por que você consegue mexer com meu autocontrole como nenhuma mulher antes conseguiu? Parece que realmente o atirador de elite do departamento fez mais uma vÃtima. Você acertou em cheio o meu coração...
Divagando com suas palavras e ao fundo da música ambiente, Rick adormeceu com Alex em seus braços.
Alex acordou assustado. Já eram quatro horas da manhã e ele se assustou ao ver que estava deitado em cima de Rick, e o mesmo, estava abraçado com ele. Lembrou-se dos acontecimentos e seu rosto corou um pouco... havia perdido o controle de seus atos e sentimentos. Havia deixado sua ira e tristeza sobrepujar sua razão.
Eu queria tanto que isso fosse verdadeiro. Queria tanto que você realmente gostasse de mim ao ponto de me querer junto de você, não como amigo... mas... haha... ora essa... o que estou dizendo... acho que realmente estou começando a ficar maluco.
Alex vira-se e vai até a janela do apartamento. Quando lá chega, percebe a lua, em todo os eu esplendor, nesse mesmo instante, Rick acorda um pouco assustado e vê seu amigo próximo à janela. Quando ia levantar para tocá-lo, ele o ouve falando sozinho e decide esperar.
Pai... Mãe... o que eu faço agora? Eu venho ignorando o meu destino até agora, mas... a nossa antiga famÃlia está começando a agir... parece que ele não estão para brincadeira desta vez. Eu abandonei todos os negócios que vocês tinham deixado para mim. Vendi tudo e guardei o dinheiro para alguma emergência. Tudo o que vocês deixaram daquela época ainda está guardado em caixas, esperando o dia certo... será que esse dia chegou?
Ele fecha os olhos e começa a pensar sobre tudo o que aconteceu. Ver alguém da famÃlia Harada no Brasil não estava em seus planos. Ele esperava ter tempo de conseguir uma influência razoável para que pudesse enfrentar cara a cara seus antigos parentes. Ao que parece, o tempo está acabando. Ele olha novamente para a lua.
Pai... Mãe... acho que a hora está chegando. Será que estou preparado? Abandonei a maioria de seus ensinamentos depois que morreram. Quis me desligar totalmente de qualquer imagem que me vinculasse aos nossos antepassados. Ao que parece, não posso mais esperar.
Alex?
Hm? Ele sai de seus devaneios e encara o jovem loiro à sua frente.
Você está bem?
Claro. Vamos voltar a dormir. Vou para a cama, minhas costas estão doendo do sofá! Ahahah
Tudo bem, boa noite.
Ambos se retiram e vão para o quarto, onde lá, dormem até o amanhacer do dia seguinte.
*Alex, eu preciso te esquecer... de algum jeito mas eu preciso...*
*Rick... como eu faço para tirar você da minha cabeça? Nem em meus sonhos você me deixa sossegado... como se também me quisesse... é quase um chamado.. mas eu vou resistir.. não quero perder a sua amizade.*
No dia seguinte, ambos acordaram cedo e começaram a arrumar a casa e preparar algo para comerem.
Vamos fazer as reservas hoje?
Ainda não... eu tenho uma prova hoje... esqueceu?
É claro que não... mas você não passou em todas as outras? Qual a chance de ficar nessa? Pelo que me disse é a matéria mais fácil que tem.
Eu sei, eu sei... mas.. eu prefiro deixar isso para Sábado. É bem mais seguro, não acha?
Tudo bem.. tudo bem...
Não seja ranzinza! Hahaha nós vamos viajar, mas eu me sinto melhor fazer os preparativos depois que tivermos tudo pronto. Já decidiu para onde iremos?
Japão, é claro! Ahahha quero conhecer a sua terrinha!
Tudo bem.
Um frio percorre a espinha de Alex. Já que iriam para o Japão, seria melhor fazer alguns preparativos.
O dia correu normalmente, eles sempre correndo de um lado para o outro tentando arrumar as coisas para a viajem. Logo mais, à noite, Alex conseguiu terminar suas duas últimas provas e conversou com os professores, os quais disseram que não teria problema nenhum, ele poderia viajar tranqüilo, pois já havia passado. SaÃram de lá correndo e voltaram para casa. Em comemoração, compraram um vinho e beberam uma taça cada um. Sabiam que devido ao ferimento e aos remédios que tomavam, não poderiam tomar mais que isso.
O Sábado chegou. Logo pela manhã foram na última agência que faltava pesquisar e voltaram ao apartamento onde começaram a discutir preços e condições de pagamento. Sabiam que ficariam por lá mais ou menos um mês inteiro, então, além das passagens, precisam ver o dinheiro para ficarem por lá, o que não era pouco.
Relax, baby. Eu trabalhei todo esse tempo como agente e não tirei férias uma vez sequer... acho que consegui juntar uma graninha.
Eu também... acho que tenho algumas reservas guardadas.
Durante toda a discussão, Alex tentava desviar o máximo possÃvel a viagem de Tóquio. Mas parece que seu amigo estava insistindo muito.
Tem a Tokyo Disney para nós conhecermos por lá.
Mas podemos ir em alguma estação de esqui em Nagano!
Não sei... acho que podemos fazer os dois.. pensa bem, teremos mais de um mês de afastamento!
Tudo bem... tudo bem, vamos.
A noite chegou e eles foram tirar os pontos dos ferimentos. Após o médico verificar que estava tudo em ordem, deu alta geral aos dois que, no mesmo instante, ficaram muito felizes e continuaram com seus planos de viagens. O rosto de Alex ficou com uma cicatriz, que marcava desde a sua sobrancelha, a qual ficara levemente marcada, até próximo a sua boca, um linha contÃnua com marcas profundas. Sua vista não sofreu nenhum dano, ou melhor, sua visão continuava a mesma de sempre. Rick por sua vez, ficou com pequenas cicatrizes pelo corpo, onde foram feitos os furos de balas em seu corpo. Mas ambos estavam inteiros e muito animados.
O Domingo veio e foi como se nada tivesse acontecido. Alex, retornou a seu Flat para que pudesse organizar as suas coisas para a posterior partida. Juntou roupas e produtos de higiene pessoal. Procurou deixar a sua mala o mais organizada possÃvel. Até o final da tarde, suas coisas estavam prontas.
Estou voltando ao Japão. Após tantos anos, vou rever minha terra natal. Será que eu vou sentir alguma coisa quando chegar lá?
Em seu Ãntimo, ele sabia que sim. Sabia que a terra o chamava novamente para seu lar perdido. Pegou todas as plantas que tinha em sua casa e as levou ao hall principal do Flat, onde solicitou ao gerente que cuidasse do material, pois seria bem recompensado. Tendo tudo organizado, decidiu ligar para Rick e ver como estava o amigo, pois haviam fechado o pacote para iniciarem a viagem na Segunda à noite.
Rick?
Fala! E aÃ? Tudo pronto?
Aqui está, e você? Do jeito que é desligado, acho que precisa de alguém sempre perguntando se colocou tudo na mala! Ahaha
Engraçadinho você, não é? E você? Colocou tudo o que precisava na mala?
Tudo o.k.!
Relax, baby. Da minha parte, está tudo pronto. Como vamos fazer?
Amanhã, eu posso passar na sua casa e vamos para o aeroporto.
Por que não vamos de taxi? Assim não precisarÃamos guardar o carro naquele estacionamento. Lá é muito caro!!! Ahhaha E como estamos em contenção de despesas para podermos gastar bastante por lá!...
Tudo bem... você sabe que eu não vou discutir com você. Se eu começar a brigar, essa viagem vai ser um fiasco.
Então acho que vou aproveitar para fazer o meu pedido esses dias em que estivermos viajando... assim, você vai ter que fazer e não vai brigar comigo hahaha.
Engraçadinho! Você vai ver só. Antes de você conseguir fazer esse pedido eu vou conseguir alguma coisa para anular ele. Hmf.
Você que pensa... mas... chega de falar. Pede o taxi e vem para minha casa, daqui podemos rumar para o aeroporto.
O.K.!
Alex pegou sua bagagem e chamou um taxi. Em menos de trinta minutos estava no prédio de Rick, chamando-o pelo interfone.
No dia seguinte, após algumas discussões sobre como ele tinha demorado e outras coisas, partiram para o aeroporto. Quando lá chegaram, despacharam a sua bagagem e ficaram na sala VIP conversando enquanto esperavam o avião que os levaria para Tóquio.
Nossa, quanta bagagem você trouxe. O que era aquela caixa?
Nada. Só algumas coisas que eu fiquei de levar para o Japão e jogar no mar... hahah
Tudo bem... vou fingir que acredito.
CONTINUA....
Gostaram? Por favor, me escrevam e me mandem sua opinião!